O Memorial Chico Mendes participou da reunião que tem como objetivo o fortalecimento das organizações comunitárias

Representantes de diversas entidades estiveram presentes na reunião / Foto: Acervo pessoal

No último dia 6 de janeiro, aconteceu em Tefé uma reunião com parceiros para organização do Encontro Estadual Extrativista que irá ocorrer de 22 a 24 de junho de 2018 no município. Cada entidade presente ficou responsável pela mobilização em seus espaços de atuação.

De acordo com Adevaldo Dias, presidente do Memorial Chico Mendes, a reunião é uma oportunidade de dividir tarefas para o sucesso do evento. “Entramos em um consenso de que cada entidade deverá buscar formas de apoiar a realização do evento com mobilização e transporte. Em março haverá nova reunião para análise do andamento dessas questões”.

O Encontro Estadual dos Extrativistas pretende contrubuir com a mobilização das lideranças locais para organização comunitária, além de discussões sobre cadeias produtivas e sociobiodiversidade, regularização fundiária e gestão participativa das Unidades de Conservação.

“O município de Tefé foi escolhido para realização do encontro em razão do histórico de luta, que refletiu nas primeiras unidades de conservação, além do conjunto de municípios próximos que facilitarão o deslocamento das lideranças até o local”, contou Adevaldo.

Esse encontro também é uma preparação para o IV Chamado da Floresta a ser realizado no Acre de 13 a 15 de dezembro de 2018 com a presença de lideranças de todo Brasil. Em sua 4ª edição, o Chamado da Floresta é maior encontro de extrativistas do país e é organizado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) para discutir a pauta de reivindicação do movimento extrativista brasileiro.

De acordo com Dione Torquato, coordenador regional do CNS, a reunião em Tefé teve como objetivo central discutir parcerias para o I Encontro Estadual dos Extrativistas. “Queremos atingir cerca de 40 municípios e representantes de 43 Unidades de Conservação (UC), com, no mínimo, dois representantes por cada UC. Nosso evento será histórico, pois da última vez que ocorreu uma mobilização de comunidades tradicionais foi em 2013”.

“Lideranças fortes devem estar presentes pois vivemos um retrocesso político e queremos propor estratégias para comunidades extrativistas, compartilhar experiências, saber os principais desafios e qualificar nossas demandas para levar ao IV Chamado da Floresta”, disse o coordenador.

De acordo com o Dione, o encontro é fundamental para discutir sobre gestão participativa e estratégias de fortalecimento das cadeia produtivas. “No Amazonas não temos uma política específica para a cadeia produtiva extrativista, queremos no fim desse encontro trazer sugestões e diretrizes para reivindicarmos junto ao governo a necessidade de formar um programa estadual de cadeia extrativista”, revelou.

“Pegamos os desafios de hoje para construir propostas de políticas públicas. Iremos também compartilhar experiências das ações das organizações comunitárias. Quais são os projetos que deram certo hoje dentro das UCs? No médio juruá temos a experiência do comercio ribeirinho que deu certo, onde mais isso pode ser feito?”, acrescentou.

A política de reforma agrária também será discutida no encontro. “As comunidades tradicionais precisam ter conhecimento sobre o que o governo está fazendo de retrocesso na política de reforma agrária e como isso reflete no Amazonas, na nossa realidade. Com a  questão da mineração por exemplo, discutiremos qual a intenção do governador. Socializar essas informações é importantíssimo. Iremos preparar a nossa articulação e fortalecer a incidência política da organização social que é o CNS”, finalizou

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Foto: Acervo pessoal

O Encontro Estadual dos Extrativistas é uma oportunidade de reanimar os espaços de discussão e a expectativa é que estejam presentes mais de 200 lideranças de Unidades de Conservação do Amazonas.

Estiveram presente representantes do CNS, Memorial Chico Mendes, Fundação Amazonas Sustentável, Associação de Produtores Agroextrativistas da FLONA de Tefé e Entorno-APAFE, Jovens Protagonistas, Prefeitura de Tefé, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Caritas de Tefé e Conselho Indigenista Missionário-CIMI.

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