Ação faz parte do trabalho do Memorial Chico Mendes para executar o programa de acesso à água aos extrativistas. Foto: Clodoaldo Pontes

No último dia 10 de outubro aconteceu a apresentação do Sanear Amazônia às comunidades extrativistas do município de Gurupá e Melgaço – PA. A ação faz parte do trabalho do Memorial Chico Mendes para executar o programa de acesso à água aos extrativistas.

A implementação da tecnologia social de acesso á agua as famílias extrativistas da RESEX Gurupá Melgaço tem um valor simbólico importante à luta politica do Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS, sobretudo, porque foi em Melgaço na Vila do “Tonhão” que aconteceu em 2015 o II Chamado da Floresta. Água de qualidade e saneamento aos extrativistas da Amazônia eram pauta central do CNS.

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A Chegada do Sanear na Vila do Tonhão significa o reconhecimento da luta do CNS no Estado brasileiro, pela garantia de direitos sociais as populações extrativistas da Amazônia, para acessar água e saneamento, assim como a esperança de que possam ser atendidas, plenamente, as necessidades como sociedade brasileira que vive na floresta.

Na primeira etapa do Sanear, o objetivo foi apresentá-lo às comunidades através de mobilizações e reuniões comunitárias, juntamente com o CNS. Em seguida, realizou-se o cadastramento das famílias que irão acessar a tecnologia social. No município de Gurupá a reunião de apresentação aconteceu na comunidade de São Sebastião, no Médio Rio Marajoí.

Na ocasião também foi discutido sobre o trabalho de execução da tecnologia social – Foto: Clodoaldo Pontes

Adevaldo Dias, presidente do Memorial Chico Mendes e Clodoaldo Pontes coordenador técnico, estiveram na condução dos processos. Pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari – Asproc participaram Roziane Moura e Sidomar Vitor. A Asproc é a organização comunitária responsável pela construção das tecnologias sociais nos municípios.

Adevaldo apresentou os principais pontos do programa Sanear, sua importância e alcance para o saneamento as famílias extrativistas da Amazônia, reafirmando como fundamental a participação das famílias nas etapas de capacitação em saúde e uso da água, e também esclareceu sobre a construção das tecnologias sociais.

Na ocasião também foi discutido sobre o trabalho de execução da tecnologia social, tirando dúvidas e explicando às famílias sobre o compromisso comunitário com as etapas de construção das tecnologias sociais e acompanhamento das equipes da Asproc durante o período de construção.

O Sanear Amazônia é resultado desta agenda de reivindicações do CNS junto ao Estado brasileiro para a garantir investimentos públicos ao desenvolvimento dos extrativistas da Amazônia e do Brasil. Por isso, a efetivação do programa de acesso à água dos extrativistas da Amazônia significa, sobretudo, fortalecer a luta do CNS pela conquista politica e social, muito importante para o acesso à água de qualidade e saneamento das comunidades das RESEX da Amazônia. Ou seja, uma pauta reivindicada e que agora está sendo consolidada junto aos extrativistas.

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