Foto: Adriano Gambarini/OPAN

A feira de agricultura familiar da Universidade Federal do Amazonas – AgroUfam irá comercializar pirarucu de manejo com preços de R$ 5 a R$ 18

Na próxima quinta e sexta (4 e 5) haverá venda de pirarucu fresco, de áreas de manejo onde a é pesca feita pelas comunidades ribeirinhas de Carauari de duas unidades de reserva extrativistas, RESEX do Médio Juruá e RDS Uacari. O processo de manejo contribui com o crescimento e o controle do pirarucu nos lagos de conservação e é resultado da organização das famílias ribeirinhas, por meio de estratégias participativas organizadas pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC.

As comunidades extrativistas locais tem permissão para morar e utilizar os recursos naturais das unidades de conservação, mas ainda assim é necessária a autorização do IBAMA para a liberação das cotas da espécie do pirarucu a serem pescadas anualmente.

Em razão da pesca predatória que não respeita o período de reprodução da espécie e o tamanho mínimo do peixe, o manejo é fundamental para a conservação do pirarucu. Hoje, diversas entidades ambientais, pesquisadores e pescadores organizados trabalham o manejo sustentável da espécie, garantindo a conservação do pirarucu e a geração de renda às famílias que comercializam o pescado no Amazonas.

Para a Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC, que coordena a comercialização, a Feira da AGroUfam amplia as possibilidades de mercados diferenciados em Manaus, pois permite a venda direta do peixe de rio, saudável para o consumo, após um extenso trabalho de preservação do meio ambiente, e gera renda para quem vive dos recursos da floresta Amazônica. Os efeitos são a recuperação, a reprodução e o aumento dos estoques de espécies, em mais de cem lagos preservados, zelando pela sustentabilidade da região.

Preços:
A manta inteira R$ 15,00 por Kg
Filé R$ 18Kg
Ventrecha R$ 14Kg
Carcaça R$ 5,00 o quilo.
Serviço: Venda de Pirarucu de Manejo do Médio Juruá na AGROUFAM
Onde: Setor sul do Campus da Universidade Federal do Amazonas, localizada da Av. General Rodrigo Otávio, 1200, Coroado (Mini-campus)
Informações: telefone (92) 33074272

Adriano Gambarini/OPAN

Entenda o processo de manejo do pirarucu e o compromisso com a sustentabilidade
 Desde a década de 80, os extrativistas do Médio Juruá, município de Carauari-AM, fazem a conservação de lagos para a produção natural de alimentos saudáveis, inclusive do pirarucu – espécie ameaçada de extinção pela pesca predatória e ilegal.​

Esse processo é coordenado pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC, organização que representa mais de 500 famílias de 55 comunidades ribeirinhas, no município de Carauari (AM), a 780 km de Manaus. Com mais de 20 anos de existência, a ASPROC é hoje uma referência em organização comunitária para geração de renda sustentável, em resposta a exclusão social e exploração comercial a que as comunidades estavam historicamente submetidas.​

O manejo do pirarucu mobiliza atualmente mais de 200 famílias de 17 comunidades da RESEX Médio Juruá, RDS Uacari, Terra Indígena Deni do Rio Xeruã e do Acordo de Pesca de Carauari, ​com cota de manejo superior a 100.000 Kg/ano. Toda a produção é resultado do trabalho de manejo, que envolve organização social, monitoramento e vigilância comunitária de mais de 100 lagos ao longo do ano inteiro, e tem como efeitos a recuperação, reprodução e o aumento dos estoques de diversas espécies, além do pirarucu.

A comercialização e o consumo do pirarucu de manejo são formas de valorizar e apoiar a organização comunitária do Médio Juruá, impactando diretamente na melhoria da qualidade de vida dos extrativistas e das extrativistas envolvidas no manejo,  pois  o recurso obtido nas vendas retorna às famílias, sem atravessadores. O resultado é o fortalecimento do trabalho que alia a conservação do meio ambiente à geração de renda de forma sustentável para quem vive dos recursos naturais e protege a floresta amazônica.